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Yago Quiñones Triana

Programa Clandestino 152 – Revoluções


Nota 1

Começa agora a Rádio Eixo, mais um Programa Clandestino, desta vez dedicado à música que acompanhou algumas revoluções no nosso continente. Deixando claro que nosso Programa Clandestino, neste ano de 2024, é realizado com recursos do Fundo de apoio à cultura do Distrito Federal FAC-DF.

E assim começou o nosso Programa, ouvindo a música Lora Proletaria, que seria algo como Periquito, Maritaca Proletaria, uma música do Jorge Velosa que já apareceu no nosso Programa. Vamos pedir desculpas pela qualidade do áudio, já que algumas músicas desse Programa são músicas que não foram gravadas oficialmente, músicas que estavam naquela época censuradas, que naquela época eram ilegais, inclusive ter aquelas gravações, ter aquelas fitas cassetes podia levar à tortura e ser presos. É o caso daquela música de Jorge Velosa que abriu nosso Programa contando a história de um lourito, aquele papagaio que em teoria repete o que ouve sem pensar. A verdade é que aquele papagaio é muito inteligente e está convocando as pessoas a se unirem, o povo do campo, os trabalhadores, a se unirem porque juntos conseguiriam combater a injustiça, conseguiriam uma vida muito melhor.

E vamos continuar com o nosso Programa que vai tratar um pouco de figuras importantes, que vai tratar dos processos revolucionários na Colômbia, mas também no México, na Nicarágua e em Cuba. Vamos iniciar este nosso primeiro bloco, ouvindo músicas que prestam homenagem a uma figura fundamental dos processos revolucionários nos nossos países, das revoluções, das revoltas contra a injustiça. Uma figura popular, uma figura que dedicou a sua vida a combater a injustiça, a procurar um futuro melhor para os mais pobres, um futuro melhor para o povo que mais precisava de transformação. Figura muito importante, o padre colombiano Camilo Torres, que liderou vários processos históricos, ele que foi sociólogo, um dos fundadores da Faculdade de Sociologia da Universidade Pública, da Universidade Nacional de Bogotá, que sempre tentou lutar contra as injustiças e em um ponto da sua biografia decidiu, naquela época, que o melhor caminho para empreender era a luta armada. Ele foi para as montanhas e empreendeu essa luta armada. Em seu primeiro combate foi morto e se tornou uma figura mítica, uma figura lendária, uma inspiração para o pensamento revolucionário latino-americano.

E antes de fechar esse primeiro bloco, ou como fechamento desse primeiro bloco, escutaremos a música Bateman Bate, de Afraínio Parra, que está contido no disco Canto a la Vida, mais uma gravação ilegal, mais uma gravação clandestina, mas que foi lançado no México e que era um disco de várias músicas, composta por vários autores, que faziam uma homenagem, cantavam um pouco do que foi a trajetória, do que foi a proposta e a luta do grupo M19. Nesse caso, é uma homenagem a Jaime Batman Cayón, que era o líder dessa organização e que representou mais um líder, mais uma inspiração para o pensamento revolucionário latino-americano, Jaime Batman Cayón, que então fazia parte do grupo M19, um grupo sediado na Colômbia e que entrou depois num processo de paz, num processo de negociação para virar partido político. Antes de continuarmos devemos agradecer ao nosso colega colombiano, Lucas Vargas, que ajudou neste Programa, sugeriu o repertório, nos deu várias informações fundamentais para realizar este nosso Programa Clandestino aqui, como sempre, na Rádio Eixo.

 

Nota 2

Continuamos nosso Programa Clandestino de música associada às revoluções, música associada às figuras dos processos revolucionários em nossa América Latina. E depois de ouvir algumas músicas dedicadas a Camilo Torres, como não poderia ser diferente, vamos dedicar este segundo bloco a uma figura fundamental das revoluções e do pensamento revolucionário, do pensamento progressista, do pensamento transformador no nosso continente, como Ernesto Che Guevara. Figura importante, extremamente mediática, talvez um pouco usurpada pelo capital, pela cultura pop, mas sempre um ponto de referência, uma figura inspiradora do pensamento progressista. Vamos ouvir algumas das muitas músicas que existem sobre Che Guevara. Fizemos uma pequena seleção.

Comecemos pela música El Elegido de Silvio Rodríguez, música extremamente poética, aliás, às vezes é difícil perceber que é uma música dedicada a Che Guevara porque não tem nenhuma referência textual, nem uma referência explícita, mas é dedicada a Che Guevara , aquela música que cada frase é uma frase poética, realmente uma poesia musical dedicada um pouco à biografia daquela importante figura. E vamos continuar ouvindo a Mula Revolucionária de Pablus Gallinazus, que realmente também é uma referência não explícita, não é direta, pois a música e o título é uma referência ao nome de guerra de Che Guevara. E continuaremos ouvindo a música do Soldadito Boliviano baseada num poema de Nicolás Guillén. E continuaremos ouvindo a música El Aparecido do Víctor Jara, chileno, falecido durante a ditadura chilena. E vamos continaur, ouvindo Carlos Puebla, falando de outra figura importante, aquela música de Carlos Puebla, extremamente interessante, vai ser uma referência a um momento em que a Revolução Cubana coloca os norte-americanos em apuros. Ele vai explicar um pouco, vai falar um pouco da situação que se vivia em Cuba antes da Revolução. Quando começa a Revolução, chega Fidel Castro para acabar com a bagunça e foi aí que Fidel chegou e mandou acabar a diversão. Ele vai falar que a revolução devolveu um pouco da dignidade e mudou um pouco a situação da ilha que, realmente, tinha virado uma colônia de feiras para a burguesia americana. Continuamos então ouvindo um pouco de música dedicada aos processos revolucionários em Cuba no Programa Clandestino, como sempre, aqui em Rádio Eixo.

 

Nota 3

E continuamos nosso Programa Clandestino indo no norte, no México para mostrar um pouco da revolução mexicana, até agora temos tratado históricas com nomes e apelidos, figuras extremamente reconhecidas do México, da importante revolução mexicana que se inicia no século XX. Continuaremos nosso Programa Clandestino tocando uma música dedicada Ao Gabino Barreira que era um personagem misturado um pouco de biografia histórica com um pouco de lenda. Sem saber até que ponto é uma figura histórica, até que ponto é uma figura da cultura popular, cantada por Antonio Aguilar.

E continuaremos com a Adelita que é aquela combatente anônima das tropas revolucionárias da revolução mexicana, que era muito conhecida pois esse exército não era composto exclusivamente por homens, mas sempre houve mulheres que acompanhavam aquele processo revolucionário e assumiu uma figura representativa e assumiu um papel de extrema liderança. E continuando com a Lucha Moreno que vai cantar a musica Juana Gallo, que é outra figura feminina, uma mistura de lenda, uma mistura de história à qual também foi dedicado um filme que contava a história da mulher guerreira, da mulher combatente, que não tem medo. Mostrando mais coragem que os homens, mesmo numa sociedade sexista como a mexicana. E continuaremos o Programa Clandestino, ouvindo músicas que homenageiam duas figuras fundamentais da revolução mexicana, como Emiliano Zapata e Pancho Villa. Ouviremos a música El corrido de Emiliano Zapata cantada por Chalino Sánchez e la Bola Suriana de la muerte de Emiliano Zapata.

Emiliano Zapata e Pancho Villa, duas figuras talvez mais relevantes da revolução mexicana. Eles que não foram mortos na luta, mas caíram em uma armadilha sem poder se defender e lutar. Estaremos ouvindo a música de Pancho Villa, Descansa General de Los Alegres de Terán, e a música La Persecución de Villa, que é uma música extremamente interessante, uma música muito divertida, muito bonita, porque conta o episódio histórico de quando o presidente mexicano permitiu a entrada de tropas norte-americanas para tentar matar Pancho Villa. Mas eles não encontraram Pancho Villa, usarão vários aviões, um exército gigantesco e não encontraram Pancho Villa que fantasiou seu exército como norte-americano e ele mesmo, ao que parece, usou um avião norte-americano, e a história conta como ele passa no avião e se despede deles. Assim, a música conta como Pancho Villa não se deixou assassinar, não foi vítima de dois americanos e, pelo contrário, enganou o exército de um país mais rico e poderoso, apenas para ser morto posteriormente pelos seus próprios compatriotas. Assim, no Programa Destino, ouvimos algumas músicas da Revolução Mexicana, músicas que homenageiam figuras históricas fundamentais como Pancho Villa ou Emiliano Zapata e outras menos conhecidas e anónimas como Adelitas, Juana Gallo e Gabino Barrera. É o Programa revolucionário Clandestino, aqui na Rádio Eixo.

 

Nota 4

E vamos fechar nosso Programa Clandestino neste último bloco, indo para a Nicarágua, onde a revolução sandinista derrubou do poder a ditadura de Anastásio Somoza, a revolução sandinista que se inspirou na importante figura, também revolucionária, de Augusto César Sandino. Ouviremos algumas músicas continuando nessa linha de homenagear figuras, talvez menos conhecidas, menos importantes, mas fundamentais, também algumas figuras femininas. Por isso vamos começar ouvindo uma homenagem a Arlen Siu cantada por Carlos Mejia Godoy, que é uma homenagem a uma lutadora, entre aspas, anônimas, porque ela realmente ficou muito reconhecida, mas foi uma lutadora comum daquela revolução, que morreu, morreu pela causa dela, sacrificou-se para salvar alguns de seus companheiros e tornou-se uma figura importante daquela revolução, tornou-se um símbolo da luta.

E continuaremos ouvindo a música de Quinchó Barrilete, também Carlos Mejía Godoy, que vai falar de uma formação também combativa, uma figura que não existe, uma figura simbólica, um símbolo das crianças combatentes que morreram naquele violento e complexo processo revolucionário. E vamos continuar nosso Programa Clandestino, ouvindo algumas músicas, do disco Guitarra Armada de Carlos e Luis Enrique Mejía Godoy, essas últimas músicas muito interessantes, porque é um álbum que mostra um pouco de contexto do que estava acontecendo naquela época. Pois foi uma revolução extremamente popular, apoiada pelos trabalhadores, e apoiada também pelos camponeses, muitas vezes analfabetos. Eles tinham que ser instruídos no processo, tinham que ser instruídos nos conhecimentos bélicos, e também no modo de usar as armas, no modo de usar os explosivos. Então, foram compostas músicas, foram compostas músicas que ensinavam como era possível, qual era a forma, qual era a receita para misturar substâncias explosivas e criar bombas, como deveria ser feito, a limpeza, a manutenção, a montagem e a desmontagem das armas que seriam utilizadas nesta luta revolucionária, e para facilitar a memória, para facilitar a aprendizagem desse conhecimento fundamental se fizeram músicas que nas letras explicassem passo a passo como se fazia para conhecer as munições, conhecer as armas, os fuzis, o seu funcionamento, o seu mecanismo. Então são músicas extremamente interessantes, faladas numa linguagem impopular, misturando um pouco de humor, misturando um pouco de linguagem popular e explicando passo a passo como se fazia para conhecer, montar, desmontar e usar aquele armamento. É o Programa Clandestino então, fechando na Nicarágua, no processo revolucionário da Nicarágua, aqui no Programa Clandestino na Rádio Eixo.

 

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